segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fim.


No meio de tantas dúvidas, por muito tempo ele foi a única certeza dela.
O amor que não acabava, que parecia não ter fim, que parecia sempre voltar, por mais distante que estivesse;O amor que os mantia ligados; O amor que ainda dava àquele coração um certo conforto, e, por mais estranho que pudesse parecer para muitos, ainda era ele quem abria o guarda-chuva quando a tempestade teimava em desabar sobre a cabeça dela.
Aquele amor se foi. E dessa vez parece que para sempre.
E no meio de tudo ela se viu sozinha. Procurou ele por todos os lados mas não conseguiu achá-lo. Gritou o mais forte que podia e ele não fez um ruído que fosse...
Pela primeira vez ela estava completamente só.
A história que os dois escreveram com cuidado, teve seu final, que nem de longe lembra os contos de fada. A vida deu uma rasteira nela. E dessa vez, ela caiu de jeito.
Uma nova história começa. Com três personagens....
E ela?
Ela não faz parte do elenco.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Amigo Vento


O vento era seu melhor amigo. Era pra ele que ela contava todos os seus dias.
E embora ela não conseguisse enxergar seu grande companheiro, ela podia sentí-lo em toda sua intensidade.
O vento a tranquilizava de uma forma que ninguém, até hoje, conseguira fazer. Gostava de como ele balançava seus cabelos numa brincadeira que parecia não ter mais fim e de como ele ouvia seus segredos e não contava para mais ninguém.
Era sempre com ele que ela dividia suas alegrias. O mais engraçado, é que ela percebera, que sempre que estava muito feliz ele parecia soprar mais forte, parecia acariciar seu rosto com suavidade, parecia envolvê-la em um abraço único.
A menina tinha no vento o seu grande conselheiro;
Sempre que seu coração parecia pequeno, ela fechava bem forte os olhos e esperava que ele lhe disesse o que fazer, e, com um sopro, ele cochichava devagarzinho ao seu ouvido.
Era ele quem desenhava para ela nas nuvens. Fazia ela sorrir todas as vezes que olhava para o céu e encontrava lá mais um presente de seu melhor amigo.
Alguns dias, ela sentia vontade de ser como ele. De poder soprar em qualquer direção, de poder voar sobre o mar, de poder estar perto de quem ela gostava só para saber como estava seu bem querer.
Mas era aí que ela entristecia, ela não podia ser como o vento.
Grande injustiça, pensava ela.
Mas ela nem se importava muito, porque sabia que tudo que desejasse seu amigo faria. A levaria por todos os lugares, com ele iria até o fundo dos oceanos e ele daria o abraço que ela não poderia dar àquele que mora no coração dela.
Tudo isso aconteceria se ela fizesse só uma coisa: fechasse os olhos e deixasse que ele a levasse...

*Texto dedicado à Isaac Marinho, que ganha todos os dias, abraços meus que são carregados pelo vento...