segunda-feira, 13 de abril de 2009

Uma Chance

Bip..Bip..Bip..
Durante o último ano, este é o único som que ela escuta ao acordar.
O simples ato de inspirar está cada vez mais difícil. Seu tronco dói devido o esforço que faz, mas o alívio parece nunca chegar até os pulmões.
É jovem ainda, mas a dura rotina da vida no hospital e a ingestão de antibióticos cada vez mais fortes, a deixam cada vez mais debilitada. Seus vinte e poucos anos não se fazem visíveis.
Caminha devagar pelo quarto, seu pequeno mundo particular. Pela janela vê as pessoas apressadas, correndo contra o tempo em busca de suas aspirações pessoais.Ela também tem pressa.Ela também corre contra o tempo.Ela busca o direito de continuar viva."Por que?"- ela se questiona."Por mais quanto tempo?"

Correria em uma emergência do outro lado da cidade.A vítima apresenta estado grave. O motorista bêbado, causador do acidente, sofreu escoreações leves.É uma mulher, 48 anos.Dois filhos.
Ao marido,foi dada a notícia fatídica algumas horas depois. Morte cerebral. Em um ato de amor ao próximo, mesmo diante do desespero que o consumia, ele autoriza a doação de órgãos. O cronômetro é acionado.Os minutos são preciosos.
Ela é a primeira na fila de espera. As lágrimas escorreram ao ouvir aquilo que sempre sonhara. Havia um pulmão. Havia uma chance.
No dia seguinte,acordou, sentindo um sopro de vida chegar até os seus pulmões.
Doe órgãos. Dê uma chance para alguém.

Saiba mais em:
http://www.abto.org.br/

http://drauziovarella.ig.com.br/servicos/doacao_orgaos.asp

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