quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Com os olhos do coração


Lá de onde ela pode ver as estrelas, as lembranças bailam em sua cabeça.
A culpa disso é da falta que ela sente de ver ele com os olhos do corpo, porque com os da alma, ela o vê todas as noites.
Ela sabe que como um legítimo Apanhador de Estrelas, ele pode observá-la sempre que quiser. Isso acontece porque lá de cima, ele enxerga melhor. Joga seu pó azulado no vento que é pra iluminar tudo e aumentar a nitidez. É que o pó faz tudo que ele toca brilhar mais bonito.
Ela fecha os olhos, tenta, faz força, mas ainda assim não pode vê-lo de perto. A imagem é sempre meio turva, confusa.
Aí ela sonha. E no sonho ele aparece. Fica ali do lado dela. Ela consegue até encostar a cabeça no ombro dele e contar o que vem de dentro.
Só que o sonho vai embora logo, e junto com ele a imagem daquele que ela gosta de ter por perto (mesmo que de longe).
Embora sinta falta dele, ela sabe que de alguma forma o Apanhador sempre está lhe vigiando. Assim como ela usa a magia dela pra cuidar dele também, sem que ele nem perceba.
Saudade ela sente.
Enxergar com a fé nem sempre é o bastante.
Mas quando se gosta de alguém que mora nas estrelas, tem-se que aprender a viver de sonho, a sentir com a alma e a ver com os olhos do coração...

4 comentários:

  1. Sortudo quem tem afinidade com estrelas!
    ;D

    Beijo Pequena.

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  2. Mais um lindo texto minha boa amiga Perpétua do Vento, obrigado pelo fabuloso texto...gosto de te chamar assim, razões que já te expliquei mais sempre gosto de me flagrar pensando nelas...
    Saudade, palavra interessante esta, não?!
    Gosto de vangloriar nossa língua mãe por nos presentiar com uma palavra que resuma tantos sentimentos únicos, inerentes a alma, masmorrados em nosso íntimo...
    Parafraseando uma antiga história indiana, mas que quando souberem que foi para encantar uma Perpétua, certamente serei perduado e até exaltado por ter contigo razões de framir a cantiga agora narrada...
    Um dia um coração buscando o entendimento de seus estranhos batimentos...que outrora batia compassado, ritmado, cadenciado como as ondas ressonates do mar, agora arrítmico caminhava pelas estradas das sensações..."sentado a beira do caminho", apareceu-lhe um sábio onde ele, em penosas palavras lhe relatou que uma sombra de saudade agora reside seu peito...
    Ele então confidencia que não acredita mais em bons sentimentos e paga dez moedas, para provar que tais sentimentos não existem, onde se encontra o amor? ergunta ele. Então o velho sábio respondeu, pois lhe dou dez mil para me dizer onde não encontra-lo...
    Bonita palavra essa, saudade.
    Deveria ser até escrita com letra maiúscula, Saudade, uma das poucas palavras capazes de transcrever o que deveras se passa por detrás das linhas da silueta de um olhar..
    Beijo minha boa amiga Perpétua do Vento.
    Apanhador de Estrelas.

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  3. SAUDADE..
    é o que sinto quando passo muito tempo sem te ver..
    Beijo,Apanhador..

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