Era dia claro.
O sol invadia sua alma e aquecia tudo por dentro com seu calor inconfundível. Ela estava lá, parada de braços abertos para que a estrela maior a abraçasse por completo. Fazia tempo que não se sentia tão acolhida.
Abriu os olhos e se deparou com seu jardim.
Não acreditou no que seus olhos viram. Ele estava vivo de novo! As tulipas, margaridas, violetas e os lírios (seus preferidos) haviam acordado outra vez. Aquela mistura de cores inundou seus olhos e fez com que seu coração transbordasse de tanta alegria.
Caminhou devagar observando tudo, e em cada flor que se abria diante dela, enxergava um momento bom, um sorriso.
Sentou-se perto da colina, não subiu até o topo como de costume, ficou somente a observá-la à distância. Um mosaico de suas alegrias foi se formando aos poucos no seu coração. Memórias partidas que formavam um imenso quebra-cabeça sem sentido e que ela não se esforçou em entender.
Olhou de lado e viu um raminho de flor da alegria, espremido entre as raízes de uma árvore antiga, retirou ele de lá, e com cuidado, plantou-o aos pés da colina. Quem sabe ele vingava, e de novo, enchia sua colina de flores da alegria.
Procurou pó de estrelas pra adubar, mas já não o tinha, então resolveu colocar um pouco de pó de amor, talvez desse jeito. Plantou com fé no coração e se foi. Não deixando de olhar uma última vez para a sua colina.
Aquela colina....
...
Acordou sentindo o coração aquecido com as cores daquele sonho.
E chegou a uma conclusão: a de que nunca pode esquecer de cultivar alegria por onde passar. É que esse é o único jeito de ter uma vida repleta de amor.