terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Só um desconhecido


Não.
Não era Ele. Era uma pessoa qualquer que Ela nunca conheceu. Mas Ele não era.
Ele não tinha aquela áurea cinza, fria e densa. Ele era leve, claro e bonito.
Doeu na vista olhar pra Ele. Era um estranho parado ali diante dela. Um estranho que a dedicou um sorriso falso. Um sorriso congelado e distante, tão distante quanto o beijo.
Não. Definitivamente não era Ele.
Ele não iria fingir que não a conhecia. Ele a respeitaria, não porque as convenções sociais dizem que isto é o certo, mas Ele a respeitaria pelo bemquerer que um dia disse dedicar a Ela.
Ele não era aquela pessoa superficial que estava ali. Que conversava e se mostrava íntimo de pessoas que nem sabem quem ele é de verdade. Ele se tornou produto do meio onde está inserido. É uma pena. Ele tinha uma alma linda.
Mas o essencial dele se perdeu. Se foi aquilo que Ela mais admirava nele. O brilho daquele sorriso. Se aquele sorriso morreu. Ele morreu.
O Apanhador de Estrelas se foi de verdade. Aquele que habita o seu corpo. Ela nem sabe quem é. Nem tem vontade de descobrir. É só um desconhecido. Igual a todos os outros.
É uma pena. Ele tinha uma alma linda.


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