domingo, 6 de fevereiro de 2011

O sorriso da Lua


Ela voltou à colina depois de algum tempo.
Subiu devagar, com medo do que encontraria por lá. Foi reparando no caminho. Ervas daninhas cobriam o jardim agora sem flores. Recolheu o que podia, na esperança de tudo voltar a crescer, mas sabe que sozinha não pode fazer nada, é preciso o pó de estrelas que só Ele tem.
Ao chegar lá em cima, sentou-se embaixo da velha árvore, lugar onde antes, esperava por sua chegada. Olhou para o horizonte, mas nada avistou além das linhas imaginárias que o vento fazia ao balançar os seus cabelos. Estava frio lá em cima.
A Lua estava minguante, "como se estivesse sorrindo pra gente" , Ela lembrou.
Fitou-a por um tempo. Nela via refletidos todos os sorrisos que trocaram juntos.
Todos os abraços. Menos aquele.
Tentou aguçar a vista, talvez Ele estivesse deitado sobre a Lua, como se esta fosse uma rede boa de tirar um cochilo. Mas não. Ele não estava lá.
Ele não vai mais estar. Nunca.
Agora Ela está sozinha com suas lembranças. E, embora escondida, de vez em quando volta àquela colina só pra poder sorrir com o coração de novo. Porque sorri com o corpo Ela consegue todo dia. Mas com o coração, só de vez em quando.
...
Ontem escutando a canção, Ela sentiu falta das mãos dele.
Havia um vazio, um buraco que Ela ainda não conseguiu tapar.
Olhou para o céu e a Lua continuava a sorrir para Ela como se disesse 'vai ficar tudo bem'.
Fechou os olhos e sentiu o cheiro dele bem de leve.
A canção ecoava fundo no coração.
A saudade falava alto lá dentro.
E esquecer...
Ela vai lembrar de fazer isso outro dia;
Hoje não tá dando.

"E se eu não posso ter, eu fico imaginando..."
(Ali - Skank)


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